quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Roda Viva com István Mészaros


Compartilhando com os leitores esta entrevista feita em 2002, link pra download direto e os links para o youtube:

Link para download completo da entrevista
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Aproveitem, para próxima semana adianto que fiz um resumo sobre a dialética dos gregos aos iluministas.

sábado, 31 de julho de 2010

Os Indiferentes , por Antonio Gramsci em 11 de Fevereiro de 1917



Não gosto muito de copiar e colar, mas isso certamente será mais esclarecedor: 


Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.
A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.
A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam.
A maior parte deles, porém, perante fatos consumados prefere falar de insucessos ideais, de programas definitivamente desmoronados e de outras brincadeiras semelhantes. Recomeçam assim a falta de qualquer responsabilidade. E não por não verem claramente as coisas, e, por vezes, não serem capazes de perspectivar excelentes soluções para os problemas mais urgentes, ou para aqueles que, embora requerendo uma ampla preparação e tempo, são todavia igualmente urgentes. Mas essas soluções são belissimamente infecundas; mas esse contributo para a vida coletiva não é animado por qualquer luz moral; é produto da curiosidade intelectual, não do pungente sentido de uma responsabilidade histórica que quer que todos sejam ativos na vida, que não admite agnosticismos e indiferenças de nenhum gênero.
Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre um número reduzido, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto um pequeno grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela emboscado, e que pretenda usufruir do pouco bem que a atividade de um pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu o seu intento.
Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.

domingo, 18 de julho de 2010

A reprodução dos "revolucionários reprodutores".

Uma sociedade construída com base em críticas ao sistema capitalista e seu modo de produção. Pois bem este é o socialismo, superar estes e outros problemas em nossa sociedade é função da construção do socialismo. O que venho expor em minha pequena experiência é de observar algo comum aos partidos políticos ditos socialistas, comunistas e marxistas é se basearem em doutrinas políticas que em sua práxis cometeram erros, acabando por repetir os mesmos antagonismo da sociedade burguesa.
O que acabo vendo de alguns partidos é a distanciada atuação quando o assunto é trazer o trabalhador para a construção desse socialismo. Muitas vezes sendo atuantes junto a classe média e ganhando grande penetrabilidade em movimentos estudantis. Mas excluem de fato a participação coletiva no processo de superação onde conseguem se instaurar e abocanhar o "poder".
É ai que a situação fica mais evidente, em muitos casos com suas doutrinas que veneram tornando-as dogmas, rotulando opositores, desmerecendo pensamentos que não estejam ali escritos em suas cartilhas e livros. Acabam por cair no necessitarismo, excluem a contingência, cristalizam o conhecimento. Ai tornam-o a política totalitária, onde infelizmente pude presenciar o uso dos nós recriminamos na sociedade burguesa: a covardia, manipulação e uso do trabalho alheio em benefício próprio.
Se nós queremos de fato construir um socialismo, não é usando da arma de opressora burguesa que vamos conseguir varrer a sociedade de classes, se continuarmos nesse caminhos vamos apenas trocar o opressor pelo oprimido e vamos terminar apenas por reproduzir as práticas que movimentam o capitalismo.
É preciso superar o individualismo que nos é implantado pelas mais variadas ferramentas do estado burguês, pois é trazendo o trabalhdor oprimido para esta construção que vamos ai sim, fazer Socialismo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Boicote a Perspectiva Crítica


Camaradas, venho por meio deste blog relatar um ocorrido, ao propor a introdução da perspectiva crítica-superadora no seminário sobre futsal, fui boicotado pelos companheiros de turma. O tema proposto foi Futsal sob a abordagem  crítica-emancipatória, verbalmente  justifiquei a inclusão do tema, garantindo ser um tópico pouco falado e explorado durante a vivência acadêmica e prática, durante as atividades de estágio. Porem o tema foi barrado na votação coletiva. Tentando refletir sobre o motivo e as argumentações postas pelos companheiros, tais como ser um tema complexo ou ficar melhor na minha monografia.Me perguntei: O que os leva a rejeitar uma abordagem que mal leram sobre? Estariam os universitários que convivo já condicionados a se limitar somente a técnica em suas práticas docente? Mas qual o principal e decisivo fator que leva os futuros professores de Educação Física a desprezarem abordagens que se baseiem em temáticas sociais?
Dentro de minha vivência acadêmica numa universidade privada tento mostrar quais fatores podem direcionar a esta situação. Acredito que o aluno fique muito preso e pouco autônomo em relação ao professor, visto o caráter das aulas apostilistas, onde o conteúdo é resumido, ficando os alunos sem indicações de leituras de obras consagradas na educação Física. Considerando o afastamento as obras referências e a aproximação de uma prática a atender ao mercado, onde o pensamento crítico não é bem recebido,  os professores visam resumir os temas a questões pertinentes à prática chegando a parecer mera receita de bolo, as vezes sendo adjetivada assim pelo professor.
Professores universitários comprometidos à causas individuais e  empresariais, envolvidos com o sistema confef/cref. Numa universidade onde os donos são os principais envolvidos no mercado da educação Física, proprietários de redes de academias, clubes e escolas privadas. Parecendo haver uma censura e determinação dos conteúdos por uma direção. Fica bem claro perceber que uma formação crítica não atenderia o mercado que é em parte dominado pelos envolvidos de nossa formação.
Atendendo a necessidade de mão de obra barata que otimiza os lucros dos empresário, tornando o professor um mero reprodutor de movimentos e  esportes que atualmente encontram-se apropriados pelo capital, é a isso que as universidades particulares estão reduzindo a profissão. Por isso não culpo meus colegas pela atitudes, que mesmo parecendo censura,  apresenta ser uma prática hierarquizada na instituição, desde a nossa entrada até a nossa formação, onde nós somos visto como mercadoria. Precisamos lutar pela libertação da educação das garras do capital, a educação deve atender ao bem coletivo e não a empresários.

domingo, 14 de março de 2010

Grupo de Estudos Marxista




Venho com este texto propagandear a intenção minha e do camarada Thiago Aparício de criar um grupo de estudos Marxista. Convocado a todos que simpatizem com a causa dos trabalhadores ou manifestem intenção em conhecer tal causa.
Não importando o seu nível de aprofundamento teórico ou prático em relação a causa ou conteúdo, buscando a construção coletiva do ampliamento do nível de consciência. Com a pretensão de reunir desde trabalhadores dos mais variados tipos até acadêmicos.  O início se daria com a leitura do manifesto comunista e data e local a ser flexibilizado com entrada dos primeiros  integrantes, buscando ser democrático onde for possível.

Para auxílio material coloco aqui uma versão em pdf e meu email de contato a quem deseje participar.
Bruno Schiaffarino Luzze: Email: bschiaffarinoluzze@yahoo.com.br
Thiago Aparício : thiago_0_@hotmail.com
Somos moradores da Ilha do Governador no Rio de Janeiro.

terça-feira, 9 de março de 2010

A Prática docente


Relatando um pouco de minha vivência enquanto docente, me deparo com muitos paradigmas trazidos pelos alunos de sua vivência escolar. Atuo temporariamente em projeto social, ou seja no meio informal da educação física, onde tive a oportunidade que venho expor: Aprender mais do que acredito ter ensinado. Como isso? Acredito que o contato com uma população oprimida, negada a liberdade, me trouxe a reflexão a qual o posicionamento do professor dentro da atividade educacional.
Creio ter sido decisivo esse contato ao me decidir quanto a isso: O posicionamento deve ser para emancipação das classes oprimidas, a superação das contradições do capitalismo. A neutralidade não é característica do homem, e nem deve ser, sua base é a mentira, não se manifestar perante uma desigualdade é guardar consigo qualquer possibilidade de iniciar uma transformação.
Se manter neutro é buscar ser inerte, mas já fracassando, onde você é afetado de várias formas pelo conflito de classes. Buscando se posicionar onde a linha entre o conflito é muito tênua para qualquer qualificação, se posicionar onde não existe espaço. E pior é permitir que nada seja feito quando existe uma maioria privada de qualquer direito mais básico inerente a qualquer ser humano.
Não busquemos nós posicionar neutro onde somos diretamente atingido pelo pelo capital, pois estamos negando a nossa própria condição como ser humanos, de decidir, agir e transformar. E o local de militância da pessoa, que pretende agir sobre a realidade e a transformar, é junto aos excluidos, aos que são negados a liberdade, pois a transformação parte deles, do povo, do proletário, esse sim, detem o potencial revolucionário.